sábado, 30 de março de 2013

Eu quero a casa da vovó!


Minha filha Letícia é uma graça de criança, apesar de eu ser a mãe e amá-la incondicionalmente, reconheço suas qualidades e pequenos e ainda não possíveis de assim considerarmos, defeitos. Justificado o fato de que ela ainda é um ser humano em formação. Sim, sou absolutamente modesta!
Ela é uma criança articulada, de fácil sociabilidade e adora, eu quero dizer adora mesmo viajar e estar fora do ambiente do nosso lar doce lar! Esta característica já foi motivo de preocupação e desapontamento de minha parte, pensava incessantemente o que estaria errado para fazê-la preferir qualquer outro lugar a sua própria casa?
Foi então que me deparei com o fato de que este interesse e empolgação pelo que há fora, se dá em razão dela não gostar, eu quero dizer não gostar nadinha, de regras e imposições, ela sobrevive a elas, consegue executá-las e respeitá-las, em meio a dúzias de perguntas e argumentos é claro, mas lhe causa fadiga e desinteresse. Prefere o novo, o livre, o inusitado ao trivial, rotineiro e cheio de regras, lar doce lar!
Dia desses durante uma de nossas conversas, listei os cheiros de sua preferência. Somos ambas muito olfativas e isso é uma característica comum que nos aproxima, então ela prosseguiu com empolgação me relatando seus cheiros preferidos:
·         cheiro da casa da vovó (o primeiro deles);
·         cheiro de spray (que a remete a casa da vovó);
·         cheiro do bob quando ele toma banho (cachorro da vovó);
·         cheiro da garagem;
·         cheiro de gasolina (que a remete ao cheiro da garagem);
·         cheiro de borracha (que a remete ao cheiro do pneu, logo garagem);
·         cheiro das nanas;
·         cheiro do sabonete da Lele (filha da Susy e Marco)
Foi então e só então que entendi que ela ama nosso lar doce lar, contudo é divertido e libertador estar em outros ambientes. O cheiro da garagem e tudo que a ele remete, assim como o cheiro das nanas e do sabonete da Lele a trazem de volta para casa.
Confesso a todos (as), que esta constatação vinda através de um simples bate papo informal e despretensioso que tivemos na varanda de nosso lar doce lar, foi libertador e acalentador  para esta mãe que voz escreve. Enquanto mãe da geração do politicamente correto, das super nannies da vida, dos realities de comportamento e do tão enaltecido e igualmente repudiado Freud.
No mais, ela continua adorando estar em outros ambientes como a casa da vovó, que vamos combinar que pra ela é uma extensão do seu lar doce lar, assim como adora estar com a Dinda e o Tio Guto (o Willy Wonka das gomas de mascar, risos), tia Ge e tia Anna, seja na rua, na praia, na fazenda ou numa casinha de sapê (plagiando Peninha).
Por fim, agradeço a todos (as) que tornam a vida de minha filha ainda mais feliz, estimulante e repleta, eu quero dizer realmente repleta, de muito amor! 

quarta-feira, 13 de março de 2013

A Fantástica Fábrica de Chocolates!

A Fantástica Fábrica de Chocolates!

Vivemos uma época em que somos bombardeados pela cultura do incentivo à prática de atividades voltadas aos nossos pequenos. São academias kids, aulas de circo, tênis, inglês, yôga, culinária, jardinagem e por ai vai...
O fato é que por vezes na ânsia de proporcionar qualidade de vida, oportunidades e tudo que há de melhor aos nossos tesouros, acabamos por sobrecarregar nossos pequenos notáveis. E claro euzinha, não menos mãe que qualquer uma de vocês que dividem este confessionário comigo cometi este pecado capital do código de ética das mães!
Desde que a Lele era menor eu tinha esse anseio por agarrar tudo que me apresentavam como sendo "o melhor" pra ela: inglês, natação, ballet, patins, surf, skate, karatê, etc. Minha pequena notável já foi cobaia de muito experimento por ai afora, alguns realmente de boa qualidade, outras um tanto quanto enganação. Aprendi que tudo tem seu tempo e seu ajuste. Tem haver com a idade da criança, tem haver com  sua capacidade para aproveitar aquela atividade, enfim... muitas descobertas nesse meu aprendizado diário do maternar.
Com isso relato a vocês que hoje, minha pequenina está com 08 anos completos e já tem capacidade de escolher de acordo com suas preferências. Claro que por vezes se depara com a dúvida de querer uma coisa ou outra, outras vezes tem vontade de tudo por conta das amizades e do glamour, pois a bichinha é  louca por glamour! hahahahahaha
Contudo, ela já tem noção do que tem haver com ela e o que não tem! Hoje nossas escolhas são democráticas, construídas coletivamente, ponderando os prós e contras de todos (mamãe, papai e Lele). Ela já manifesta seu direito a voz e o faz com louvor! Argumenta, pondera, utiliza exemplos práticos, muito interessante de vivenciar, muitas vezes provoca dialética em tão tenra idade, um orgulho só pra nós que sentimos o peso do envelhecer, mas com a certeza de que nos imortalizamos com lapidação através de nosso pequenino zigoto que cresce com rapidez a cada dia que passa.
Encontra-se ensaiando com o kids play da Cultura Inglesa, encenarão A Fantástica Fábrica de Chocolates e ela será Oompa Loompas, confesso que ela não está muito feliz com o personagem, mas já decidiu por si só que conversará com a professora e verificará a possibilidade de trocar o seu personagem por outro que a agrade mais. 
Enfim, percebemos que temos feito um bom trabalho com nossa filha! Erramos, acertamos, erramos novamente e seguimos nessa aventura imprevisível que é criar um ser humano autônomo e feliz!

Saudações a todos àqueles que compartilham da mesma aventura! 


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O olho vê, a lembrança revê, a imaginação transvê. (Manoel de Barros)

São Paulo, 12 de outubro de 2012.

Hoje se comemora no Brasil o dia de N. Sra. Aparecida, mas a data popularizou-se como o dia das crianças. A Le contou ansiosamente cada dia que se passou até o a chegada do Glorian Day (hoje) para ganhar presentes! Pediu para o pai um café da manhã com mesa farta e caça ao tesouro, preparamos tudo para que seu dia fosse próximo ao que desejava. 

Somos católicos, então durante nosso café da manhã expliquei para a Le que hoje comemora-se no Brasil o dia de N. Sra. Aparecida e que por isso é feriado, nesse momento ela se vira pra mim e diz, mas também é dia das crianças então é meu dia! Daí eu tentei explicar que o dia das crianças foi criado por conta das lojas que vendem brinquedos e blá blá blá (ela me escutou como o Charlie Brown escutava a professora).

Enfim, acho que só o tempo mesmo para que ela entenda o significado dos feriados. Hoje o que importa mesmo são os presentes. Ela ficou tão extasiada com seu dia que não quis sair de casa, passou o dia brincando, pegou jogos, bonecas, massinha, tinta e passou o dia se deliciando com seus brinquedos. 

Foi um dia proveitoso e feliz! e como uma filha de Maria que sou, termino meu post com uma oração de agradecimento e oferecimento!

Ó minha senhora e minha mãe
eu me ofereço toda a vós
e como prova de minha devoção 
para convosco
eu vos consagro neste dia
meus olhos meus ouvidos minha boca
e meu coração! 
Pois só assim minha incomparável mãe
guardai-me e defendei-me como coisa e 
propriedade vossa, amém!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

As armadilhas do bullying nowdays!



Bullying uma palavra americanóide que arraigou-se em nosso cotidiano. Não que eu seja xiita ou xenófoba quanto aos EUA, não se trata disto, consumo vários de seus produtos (filmes, expressões lingüísticas, comida, etc.), mas agradeço aos meus pais por me proporcionarem uma educação que garantiu que eu me tornasse uma mulher adulta autônoma e bem informada, com plena capacidade para discernir entre os exageros dos norte americanos com o que há de bom em tudo que nos é empurrado guéla abaixo pelos ianques.
A palavra é derivada de bully, que quer dizer valentão e acrescida do sufixo ing torna-se o ato de provocar sofrimento psicológico e às vezes físicos a outrem pela prática de atitudes que humilham, denigrem, desdenham, constrangem, etc. com o propósito de intimidar ou agredir outra pessoa. 

Esclarecido alguns pontos, passo a discorrer sobre o motivo que me faz escrever estas linhas. E quando sua filha (o) apresenta indícios de que esteja sofrendo bullying? Dor de barriga, de cabeça, falta de vontade em ir para a escola, isolamento, etc. Como reagir a tal sintomas? e se o bully fosse a (o) melhor amiga (o) de sua prole até bem pouco tempo? Como separar o joio do trigo? Como saber se trata-se de uma mera intriguinha de criança, por ciúmes, garantia de liderança ou algo corriqueiro típico da idade escolar que passa e não deixa seqüelas ou se é um desvio de comportamento doloso e hóstil que pode causar dor e danos futuros. 

Well, my dears eu não sei! Converso muito com minha filha, procuro me inteirar de suas experiências escolares e sociais, ouço, replico e quando entendo que o sofrimento está tomando proporções preocupantes procuro a escola. O fato é que atualmente tudo é bullying, desde o nada sonoro gordo, baleia, saco de areia... até uma simples recusa de lanchar na companhia de um coleguinha pode ser interpretado como bullying. Daí minha gente, confesso que se torna um saco! O tal do exagero do politicamente correto. A arrogância da tolerância demasiada, na qual muitas vezes a liberdade do outro é violada em prol da máxima de que tolerar é preciso sempre! 

Outro dia assisti ao programa "Entre Aspas" da Globo News, em que a jornalista e apresentadora Monica Waldvogel entrevista Guilherme Casarões, professor de relações internacionais da FGV e Faculdades Rio Branco e Luiz Felipe Pondé, professor de filosofia da PUC/SP, ambos os entrevistados são docentes de insituições conceituadas da metrópole paulista. O tema foi: Os desafios da ONU - Vivemos um período de ira e intolerância?.

Durante a entrevista surgiu a menção do paradoxo da tolerância, fazendo analogia ao filósofo Platão, quanto mais exacerbada a tolerância implica numa igual permissão para que a intolerância tome seu lugar minando por baixo. 

O exagero do politicamente correto, do excesso das amarras criadas para conter a ira inerente ao ser humano, que na verdade tem sua relevância no aspecto em que provoca a vontade de mudança, daí a parte boa da ira que incita a crítica, o contraditório e também a ampla defesa que são princípios básicos da justiça! 

Por fim a ira é característica da condição humana, pode ser tanto devastadora quanto  solução no caso de situações que causam insatisfação e vassalagem. Não nos esqueçamos de que o pacifismo pós 1ª guerra mundial com relação a Adolf Hitler foi responsável por uma das maiores chacinas mundiais de nossa história, enquanto a ira dos franceses por conta dos abusos da burguesia aristocrata da idade média provocou a queda da bastilha, propiciando em 1789 a Revolução Francesa.

Liberté, Egalité, Fraternité!