Minha filha Letícia é uma
graça de criança, apesar de eu ser a mãe e amá-la incondicionalmente, reconheço
suas qualidades e pequenos e ainda não possíveis de assim considerarmos,
defeitos. Justificado o fato de que ela ainda é um ser humano em formação. Sim, sou absolutamente modesta!
Ela é uma criança
articulada, de fácil sociabilidade e adora, eu quero dizer adora mesmo viajar e
estar fora do ambiente do nosso lar doce lar! Esta característica já foi motivo
de preocupação e desapontamento de minha parte, pensava incessantemente o que
estaria errado para fazê-la preferir qualquer outro lugar a sua própria
casa?
Foi então que me deparei
com o fato de que este interesse e empolgação pelo que há fora, se dá em razão dela não gostar, eu quero dizer não gostar nadinha, de regras e imposições, ela sobrevive a elas, consegue executá-las e respeitá-las, em meio a dúzias de perguntas e argumentos é claro, mas lhe causa fadiga e desinteresse. Prefere o novo, o
livre, o inusitado ao trivial, rotineiro e cheio de regras, lar doce lar!
Dia desses durante uma de
nossas conversas, listei os cheiros de sua preferência. Somos ambas muito
olfativas e isso é uma característica comum que nos aproxima, então ela
prosseguiu com empolgação me relatando seus cheiros preferidos:
·
cheiro da casa da vovó (o primeiro deles);
·
cheiro de spray (que a remete a casa da vovó);
·
cheiro do bob quando ele toma banho (cachorro da vovó);
·
cheiro da garagem;
·
cheiro de gasolina (que a remete ao cheiro da garagem);
·
cheiro de borracha (que a remete ao cheiro do pneu, logo garagem);
·
cheiro das nanas;
·
cheiro do sabonete da Lele (filha da Susy e Marco)
Foi então e só
então que entendi que ela ama nosso lar doce lar, contudo é divertido e
libertador estar em outros ambientes. O cheiro da garagem e tudo que a ele
remete, assim como o cheiro das nanas e do sabonete da Lele a trazem de volta
para casa.
Confesso a todos
(as), que esta constatação vinda através de um simples bate papo informal e despretensioso que tivemos na varanda de nosso lar doce lar, foi
libertador e acalentador para esta mãe
que voz escreve. Enquanto mãe da geração do politicamente correto, das super
nannies da vida, dos realities de comportamento e do tão enaltecido e
igualmente repudiado Freud.
No mais, ela
continua adorando estar em outros ambientes como a casa da vovó, que vamos
combinar que pra ela é uma extensão do seu lar doce lar, assim como
adora estar com a Dinda e o Tio Guto (o Willy Wonka das gomas de mascar, risos), tia Ge e tia Anna, seja na rua, na praia, na fazenda ou numa casinha de sapê (plagiando
Peninha).
Por fim, agradeço
a todos (as) que tornam a vida de minha filha ainda mais feliz, estimulante e
repleta, eu quero dizer realmente repleta, de muito amor!